Poucas horas antes do anúncio do prémio Nobel da Literatura deste ano, que como agora por todos já sabem, foi para o chinês Mo Yan, a agência Lusa apontava Murakami como o mais forte candidato (provavelmente o mais desapontado), e dizia:
Nos 104 prémios Nobel da Literatura já
atribuídos, apenas 12 distinguiram mulheres, por isso a imprensa internacional
também faz eco de algum favoritismo para a contista canadiana Alice Munro,
prémio Man Booker International em 2009, para a poetisa sua conterrânea Anne
Carson e para a romancista egípcia Nawal el Saadawi.
No
novo milénio três mulheres foram premiadas: Elfriede Jelinek (2004), Doris
Lessing (2007) e Herta Muller (2009).
Confesso que esta coisa do Nobel me diz
pouco - a apreciação é, como todas, relativa, e eu nem sempre entendo
inteiramente os critérios. Mas a MULHER em mim (ligeiramente feminista, pronto)
rebela-se contra a desproporção. Apetecia-me que uma destas senhoras, da quais
conheço apenas, e pouco, Alice Munro, tivesse sido a escolhida. Eu nunca vou
ser - e que grande gargalhada dei para mim própria!!! - mas podia ser uma
delas. Podia. Não podia?
Posto isto, devo dizer que nunca li Mo Yan, nem eu nem, se calhar, a maioria dos portugueses. Não li, mas vi. Nos tempos do Quarteto, assisti a um filme chinês maravilhoso que dava pelo nome Milho Vermelho. Não poderia, vinte e quatro anos depois, apontar pormenores, mas ficou-me a ideia de uma história maravilhosa, que envolvia um casamento tradicional, uma longa viagem, um amor parece-me que impossível, e um vinho familiar especial... porque os homens da família urinavam nele (não perguntem). Lembrar-me-ei bem? E lembro-me de sair do cinema, aos dezassete anos, encantada.
E o seu título maravilhoso, Peito Grande, Ancas Largas... terá visitado Portugal antes de escrevê-lo?
1 comentário:
Foi o primeiro post que li em que alguém soube dizer algo sobre Mo Yan!
E talvez o Prémio tenha sido dado com justiça...
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